Enem 2025: jovens premiados por desempenho acadêmico dão dicas para alcançar boas notas e manter a calma
08/11/2025
(Foto: Reprodução) Jovens premiados por desempenho acadêmico dão dicas sobre a prova do Enem
Reconhecidos pelo Prêmio Capes Universitário por seu desempenho acadêmico, Lívia de Aragão e Joaquim Fonseca sabem bem o que é encarar o Enem com estratégia. Os dois tiraram mais de 790 pontos do exame e hoje estudam na escola de ciência Ilum, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que tem um processo seletivo mais concorrido do que medicina na USP.
Lívia, inclusive, foi aprovada em primeiro lugar na turma que ingressou em 2025. Em entrevista ao g1, às vésperas do exame, os dois compartilharam dicas e estratégias para alcançar boas notas e lidar com a pressão da prova. Para eles, o segredo está em algo simples, mas que faz toda a diferença: equilíbrio, estratégia e confiança. Confira na entrevista abaixo.
📚 Esta reportagem compõe o projeto Vestibulou, uma parceria do g1 Campinas com a EPTV para divulgar informações relacionadas aos principais vestibulares e ajudar na preparação dos estudantes.
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⏱️ Treinar com provas anteriores e controlar o tempo
Para Joaquim, entender o ritmo do Enem é tão importante quanto dominar o conteúdo. Ele acredita que o grande diferencial de quem consegue boas notas está em saber gerenciar o tempo durante a prova, algo que, segundo ele, se conquista com prática.
De acordo com o estudante, o exame é uma maratona intelectual: são 180 questões divididas em dois dias, além da redação. Por isso, simular o exame é a melhor forma de se preparar para o cansaço mental e físico que o teste exige.
“Eu sempre pego provas de outros anos e simulo como se fosse o dia real. O Enem é muito extenso e exige resistência. Se você não se acostumar, pode se perder no tempo”, contou.
Ele reforça que essa preparação deve reproduzir fielmente as condições da prova, o que inclui sentar-se por horas e responder às questões sem pausas longas. O estudante explica que as simulações ajudam a criar resistência, algo que evita o desgaste extremo nas últimas horas do exame.
Além do treino técnico, saber lidar emocionalmente com o tempo também é essencial. Quando o nervosismo bate, muitos candidatos podem acabar insistindo em uma questão difícil e perder minutos preciosos. Joaquim sugere que o estudante aprenda a identificar quando é hora de seguir em frente e voltar depois, estratégia que aumenta a eficiência e evita o pânico de não conseguir terminar.
Lívia acrescenta que o tempo deve ser aliado, e não inimigo. Para ela, o segredo está em criar e testar a própria estratégia de prova ao longo do ano, seja começando pelas matérias mais fáceis, seja priorizando a redação. O erro, segundo a estudante, é tentar mudar tudo de última hora.
“Ter uma estratégia e confiar nela é fundamental. Mudar de plano na hora da prova só aumenta o nervosismo”, explicou.
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📖 Entender o conteúdo, e não apenas decorar
Algumas das principais diferenças do Enem em comparação aos outros vestibulares são o foco na interpretação e na aplicação do conhecimento, e não na simples memorização de fórmulas. Joaquim e Lívia concordam que o segredo está em entender o raciocínio por trás das questões.
Joaquim explica que sempre preferiu ir além da superfície dos assuntos. Para ele, decorar ajuda a curto prazo, mas compreender o fundamento faz o conhecimento durar. “Quando você entende o fundamento, especialmente em física e química, tudo faz mais sentido e fica mais fácil resolver as questões”, disse.
Na prática, isso significa buscar compreender por que uma fórmula funciona, de onde vem um fenômeno físico ou qual é o raciocínio lógico por trás de um texto. Segundo ele, essa abordagem torna a resolução de questões mais rápida e intuitiva, especialmente nas provas de Ciências da Natureza, em que os enunciados são longos e contextualizados.
Lívia destaca que sempre tentou transformar suas dificuldades em curiosidade. Quando não compreendia um conteúdo, buscava investigá-lo sob outros ângulos. Ela explica que aprofundar o pensamento crítico é o que permite construir conexões entre as áreas e desenvolver autonomia intelectual.
“Mesmo quando um tema parece difícil, tento explorar de formas diferentes. Isso ajuda a criar conexões e a entender melhor”, contou.
Para Lívia, o verdadeiro aprendizado vem da compreensão, não da repetição. Essa visão faz diferença não apenas no Enem, mas também na vida universitária, onde a capacidade de pensar cientificamente se torna indispensável.
Lívia foi aprovada em primeiro lugar no processo seletivo da turma que ingressou em 2025 no Ilum.
Arquivo pessoal
🧠 Planejamento e constância superam o nervosismo
A fase final de preparação costuma ser marcada pela ansiedade e pela sensação de que “nunca se estudou o suficiente”. Joaquim e Lívia, no entanto, mostram que o equilíbrio é mais produtivo do que a exaustão.
Eles afirmam que planejar o estudo com antecedência e manter uma rotina constante é mais eficaz do que virar noites tentando revisar tudo de uma vez.
Joaquim é exemplo de quem aprendeu sozinho. Ele optou por não fazer cursinho, preferindo estudar de forma independente, e acredita que a autodisciplina e o foco foram decisivos para o bom resultado.
Para Lívia, a organização e o equilíbrio compensam até mesmo a ausência de um curso preparatório. “Se você se organiza e segue seu plano, dá pra ir bem mesmo sem cursinho”, afirmou.
Os dois também ressaltam que a preparação não é apenas intelectual, mas emocional. O estudante precisa equilibrar momentos de estudo e descanso para evitar a sobrecarga mental, um erro que, segundo eles, é comum na reta final.
Lívia conta que, na semana do Enem, fez questão de manter atividades leves, como ler, sair com a mãe e ir à terapia. Essa rotina ajudou a aliviar a tensão acumulada e a manter o foco.
A jovem defende que esse cuidado é parte do planejamento. Assim como se organiza o conteúdo a ser revisado, também é preciso organizar o descanso, para que o corpo e a mente estejam preparados para o desafio.
✍️ Confiança e calma no dia da prova
Para os estudantes, depois de meses de preparação, a reta final exige um tipo diferente de força: a confiança. Eles explicam que é nesse momento que o emocional pode definir o desempenho.
Joaquim lembra que muitos candidatos erram por duvidar de si mesmos, o que os leva a mudar as estratégias de última hora e até a trocar respostas pela insegurança. Segundo ele, manter a serenidade é tão importante quanto saber o conteúdo.
“Se você já estudou ao longo do ano, confia no que sabe. Fazer a prova com leveza ajuda muito”, disse.
Para ele, o Enem é um exame que exige não só preparo técnico, mas também resiliência emocional. Saber controlar o nervosismo e manter o foco permite aproveitar melhor o tempo e evitar erros causados pela pressa.
Lívia complementa que o autoconhecimento é essencial para enfrentar o grande dia. Saber o que acalma, como você reage sob pressão e quando precisa fazer uma pausa pode ser o diferencial entre o sucesso e o esgotamento.
“Confie no que você já fez. Não dá pra aprender tudo em uma semana, mas dá pra cuidar de você e chegar bem no dia da prova”, reforçou.
O que é o Prêmio Capes Universitário
O Prêmio Capes Universitário é uma iniciativa do Ministério da Educação. Lívia e Joaquim foram premiados pelo ótimo desempenho no início da graduação.
A seleção é feita por meio de uma prova de conhecimentos gerais, aplicada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e reconhece jovens com alto potencial de aprendizagem e raciocínio lógico.
O exame é voltado apenas para calouros e pode ser feito uma única vez durante a vida acadêmica.
O que é o Ilum
O Ilum uma instituição de ensino superior criada pelo CNPEM, que oferece o curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia, totalmente gratuito e com forte foco em pesquisa científica e interdisciplinaridade.
Para ingressar na Ilum, é obrigatório ter feito o Enem, que funciona como a primeira etapa do processo seletivo. A instituição é considerada mais concorrida do que medicina na USP, com cerca de 97 candidatos por vaga.
*Estagiária sob supervisão de Yasmin Castro.
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