Mulheres de 40 a 49 anos representam três em cada 10 mamografias feitas em Campinas; saiba quando fazer o exame
11/10/2025
(Foto: Reprodução) Imagem de arquivo mostra mulher fazendo mamografia
Daniel Viana/Semsa
Mulheres de 40 a 49 anos representaram três em cada 10 mamografias realizadas em Campinas (SP) em 2024, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. No total, foram 24.048 exames feitos pelo SUS, e 8.723 foram nessa faixa etária, agora incluída na nova recomendação do Ministério da Saúde para rastreamento do câncer de mama.
O número mostra a adesão das mulheres mais jovens ao exame, que até então era indicado somente para quem tem entre 50 e 69 anos. Com a mudança nacional, o grupo de 40 a 49 anos passa a ter direito ao exame gratuito pelo SUS em todo o país.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp
Outras 15.325 mamografias foram feitas em mulheres entre 50 e 69 anos, público-alvo tradicional do rastreamento. Campinas mantém o serviço de forma contínua, com exames realizados no Centro de Referência de Assistência Integral à Mulher (Craim), no Hospital da Mulher e em parceria com o Hospital PUC-Campinas.
Mamografia passa a ser recomendada a partir dos 40 anos
Queda na mortalidade e aumento nos exames
Ainda segundo a Saúde, a mortalidade por câncer de mama na metrópole caiu de 18,5 para 14,3 mortes a cada 100 mil mulheres entre 2018 e 2023.
O número de exames vem crescendo desde a pandemia. Em 2020, foram feitas 10.670 mamografias, e em 2024 o total mais que dobrou, chegando a 24.048 (confira no gráfico baixo).
Casos entre mulheres de 40 a 49 anos
A coordenadora da Saúde da Mulher em Campinas, Miriam Nóbrega, explica que a cidade ampliou o acesso à mamografia em 2016 após estudos apontarem alta incidência de câncer de mama em mulheres mais jovens. Segundo ela, 23% dos casos ocorrem antes dos 50 anos.
“A gente sabe que no câncer, o maior fator de risco é a idade. Então, a gente vai ter acima de 50 anos a maior porcentagem, mas tem um número significativo abaixo dessa idade também. Avaliando Campinas como uma região desenvolvida, a gente queria pegar esse público para poder reduzir a mortalidade", explica Miriam.
LEIA TAMBÉM:
Outubro Rosa: campanha oferece 2 mil exames de mamografia gratuitos em Campinas
Ela lembra que o exame pode ser solicitado por médicos ou enfermeiros das unidades básicas de saúde, sem necessidade de encaminhamento. Durante campanhas, o agendamento é feito diretamente na unidade.
“A gente trabalha com estratégia de saúde da família. É o próprio médico de saúde da família, ou o enfermeiro da equipe, que pode solicitar o exame. Na campanha, a gente tira um pouco dessa 'barreira de acesso', então a mulher não precisa ir à unidade pegar o pedido, é só ligar e agendar”, detalha.
Diagnóstico precoce aumenta chance de cura
O médico Cássio Cardoso Filho, especialista em mastologia e ginecologia oncológica, afirma que a mamografia é o principal método para detectar precocemente o câncer de mama. O exame usa raios X para visualizar o tecido mamário e identificar nódulos antes que sejam palpáveis.
Ele orienta que mulheres que notarem nódulos ou alterações na pele durante o autoexame devem procurar um médico, que poderá solicitar a mamografia para investigar melhor a alteração.
Segundo Cássio, mesmo mulheres sem sintomas devem realizar o exame. O Ministério da Saúde recomenda mamografia a cada dois anos para quem tem entre 50 e 69 anos, podendo ser anual a partir dos 40, conforme orientação médica.
Cássio também alerta sobre as fake news que circulam a respeito da mamografia.
“A mamografia não causa câncer de mama nem pode causar outros cânceres, como na tireoide. Isso tudo é fake news. O exame é seguro e feito em locais regulamentados. Não é para ter medo da mamografia, a gente tem que ter medo é de um diagnóstico tardio de câncer”, afirma.
Outubro Rosa é o nome dado ao mês como parte de uma campanha mundial de conscientização sobre o câncer de mama
Getty Images via BBC
Como é feita a mamografia?
A mamografia é feita com um equipamento chamado mamógrafo, que usa baixas doses de radiação para captar imagens internas das mamas.
Durante o exame, cada mama é posicionada e levemente comprimida entre duas placas, permitindo imagens mais nítidas e a detecção de pequenas alterações, como nódulos e microcalcificações.
Segundo Cássio, o exame dura poucos minutos, pode causar leve desconforto, mas é essencial para o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Quando fazer o exame?
De 40 a 49 anos: uma vez por ano, conforme orientação médica ou de enfermagem.
De 50 a 74 anos: a cada dois anos, como rastreamento populacional.
Acima de 74 anos: conforme avaliação individual.
Em qualquer idade com sintomas (nódulo, dor, secreção, retração): procurar imediatamente a UBS.
*Estagiárias sob supervisão de Gabriella Ramos.
VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região
Veja mais notícias da região no g1 Campinas