Operação em Campinas mira principal chefe do PCC foragido, agiotas e influenciadores
30/10/2025
(Foto: Reprodução) PM e Ministério Público fazem operação contra lavagem de dinheiro
Uma operação deflagrada pelo Ministério Publico de São Paulo (MP-SP), nesta quinta-feira (30), mira um esquema de lavagem de dinheiro ligado a dois dos traficantes mais procurados do Brasil. Entre eles, o principal chefe em liberdade da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão”, “Xixi” ou “2X”.
Foragido há anos, Mijão é um dos alvos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas (SP), mas segue sem ser localizado.
Das nove prisões preventivas decretadas, sete foram cumpridas até o início da tarde pelo 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) da Polícia Militar, entre elas, a do filho do chefe do PCC.
Além de Mijão, a operação também mira Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”, que foi alvo de mandado de busca e apreensão. Além deles, há empresários, agiotas e influenciadores digitais entre os investigados.
Quem é 'Mijão', alvo de operação e principal chefe do PCC foragido
Mijão e Caipira estão foragidos há anos e são considerados entre os criminosos mais procurados do país. As últimas informações do MP indicam que os dois estariam na Bolívia.
Confronto e alvo morto
Durante o cumprimento dos mandados, as buscas foram realizadas em condomínios de alto padrão de Campinas, como Alphaville, Entreverdes, Jatibela e Swiss Park, entre outros.
Em um deles, no distrito de Sousas, houve confronto entre policiais e um dos investigados. Luís Carlos dos Santos morreu no local, e um policial militar foi baleado e encaminhado ao Hospital de Clínicas da Unicamp, onde recebe atendimento médico.
Além dos mandados de prisão, foram emitidos 11 de busca e apreensão. A Justiça também determinou outras medidas, incluindo o bloqueio de 12 imóveis de luxo e de valores em contas bancárias.
Os mandados também foram cumpridos ao longo da manhã em Mogi Guaçu (SP) e Artur Nogueira (SP).
Operação mira esquema de lavagem de dinheiro ligado a dois dos traficantes mais procurados do Brasil
Polícia Militar/Divulgação
Desdobramento de outras operações
A ação desta quinta é um desdobramento das operações “Linha Vermelha” e “Pronta Resposta”, que desarticularam em agosto um plano do PCC para assassinar o promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, em Campinas.
A partir da análise do material apreendido nessas ações, promotores e policiais descobriram novos esquemas criminosos que conectavam empresários e traficantes.
A investigação mostrou que os criminosos realizaram diversas transações financeiras para disfarçar a origem do dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, utilizavam diferentes estratégias, incluindo o uso de empresas e atividades aparentemente lícitas para lavar os valores ilícitos.
Em certo momento, surgiram brigas e desentendimentos entre os integrantes do grupo. Foi nesse período que eles fizeram várias transações de imóveis e movimentações financeiras para espalhar o patrimônio e esconder quem eram os verdadeiros donos e de onde vinha o dinheiro, e essas operações acabaram sendo descobertas pelo Ministério Público.
Quem são os investigados?
Eduardo Magrini, conhecido como 'Diabo Loiro', apontado como membro importante do PCC
Reprodução/Instagram
Um dos alvos de mandado de prisão é Eduardo Magrini, conhecido como “Diabo Loiro”, apontado como membro importante do PCC. Ele já possui passagens por homicídio, formação de quadrilha, receptação e uso de documentos falsos.
Nas redes sociais, Magrini se apresenta como produtor rural e influenciador digital, frequentemente postando fotos de carros de luxo e viagens.
Outro investigado é Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”. Ele é acusado de tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e associação criminosa, mantendo vínculos com chefes de facções. Embora não seja alvo de prisão nesta operação, ele aparece nas investigações com fortes ligações com o grupo investigado.
Segundo o Ministério Público, Caipira é um dos principais traficantes do Brasil, com conexões com Juan Carlos Abadia e o Cartel do Vale do Norte, na Colômbia.
Ele integra uma organização responsável pelo tráfico de cocaína vinda do Paraguai e da Bolívia para o Brasil, com destino à Europa, e é responsável pela distribuição da droga no estado de São Paulo, conhecida como a “Rota Caipira”.
Ele foi preso em 2013 em Fortaleza (CE), transferido para Juiz de Fora (MG) e colocado em prisão domiciliar, de onde fugiu pouco tempo depois. Atualmente, continua foragido, com mandados de prisão em aberto.
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