OUÇA último contato de vereadora de Campinas em flotilha para Gaza interceptada por Israel
02/10/2025
(Foto: Reprodução) OUÇA último contato de vereadora de Campinas em flotilha para Gaza interceptada por Israel
Um áudio gravado pela vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas (SP), revela o que seria o último contato da parlamentar antes da interceptação dos barcos de ativistas que navegavam em direção à Faixa de Gaza. A gravação foi feita na quarta-feira (1º), por volta das 15h, no horário de Brasília.
Durante uma live nas redes sociais, a vereadora - que afirmou estar em licença não remunerada para participar da viagem - relatou que integrou um revezamento de vigilância com os demais ativistas. “Fiquei de vigília até as 10h e depois dormi um pouco, até as 14h”, contou.
Segundos antes de a gravação ser interrompida, a parlamentar relatou: "eles vão entrar no nosso barco, provavelmente nós vamos ter que desfazer dos nossos celulares". Ao fundo, é possível ouvir orientações sendo dadas aos ativistas em inglês em espanhol.
A assessoria da vereadora informou ao g1 que, desde a interrupção dessa gravação, não conseguiu fazer contato com Conti.
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A flotilha, chamada Global Sumud, é formada por ao menos 44 barcos civis com cerca de 500 pessoas. Os organizadores afirmaram que o grupo transportava ajuda humanitária para a população de Gaza.
Armados com rifles, os militares deram ordem para os comandantes desligarem os motores e informaram que eles estavam violando um bloqueio marítimo legal.
A última atualização da agência de notícias Reuters, na manhã desta quinta-feira (2), indicava que trinta e nove embarcações tinham sido interceptadas.
Mariana Conti (PSOL), vereadora de Campinas (SP), é uma das integrantes de flotilha com destino à Faixa de Gaza
Reprodução/Instagram e REUTERS/Stefanos Rapanis
Greta Thunberg e neto de Nelson Mandela
O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que “vários barcos” da flotilha foram parados, e os passageiros e tripulação, levados em segurança ao porto de Ashdod, que fica entre a Faixa de Gaza e Tel Aviv.
"Greta e seus amigos estão seguros e saudáveis", afirmou o ministério.
Entre os ativistas, de quarenta países, estão a sueca Greta Thunberg e o neto do herói sul-africano Nelson Mandela.
A África do Sul pediu a libertação de todos e disse que a interceptação foi uma grave ofensa à solidariedade e ao movimento global que visa aliviar o sofrimento em Gaza.
A Turquia diz que Israel violou leis internacionais.
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Pelo menos 10 brasileiros
O Itamaraty confirmou a presença de pelo menos dez brasileiros e um argentino que mora no Brasil na flotilha. A lista do lado brasileiro inclui uma parlamentar petista, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), interrompeu a sessão da Casa na noite desta quarta, que votava a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, para afirmar que pediu ao Itamaraty apoio no caso.
No Brasil, a Anistia Internacional disse que nenhuma regra do direito internacional autoriza ataques a embarcações em livre navegação em águas internacionais e que a missão da flotilha é pacífica, humanitária e legal.
O Itamaraty disse que a embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato permanente com as autoridades israelenses para prestar assistência aos brasileiros.
A embaixada de Israel no Brasil ainda não se manifestou.
Flotilha
O grupo de ativistas iniciou a viagem em 31 de agosto, partindo de Barcelona, na Espanha, com a intenção de chegar a Gaza na quinta-feira (2).
Itália e Espanha chegaram a mobilizar navios de guerra para eventuais resgates ou ações humanitárias, mas deixaram de acompanhar a flotilha quando ela estava a menos de 300 km de Gaza.
Nesta quarta-feira, os governos italiano e grego enviaram um comunicado a Israel solicitando que os militares não atacassem os ativistas. Mas os dois países também pediram à flotilha que toda a ajuda fosse entregue à Igreja Católica, que encaminharia então os itens até Gaza. Os ativistas já haviam rejeitado essa possibilidade.
Em junho, forças navais israelenses detiveram Greta Thunberg e outros 11 tripulantes de um pequeno navio da chamada Flotilha da Liberdade, também enquanto se aproximavam de Gaza.
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