Paralisação de motoristas afeta transporte público em Campinas nesta quinta
23/10/2025
(Foto: Reprodução) Paralisação no transporte público municipal afeta 70% dos ônibus em Campinas
Motoristas do transporte público de Campinas (SP) paralisaram as atividades na madrugada desta quinta-feira (23). O protesto começou por volta das 4h e atingiu as empresas VB1, VB3, Campibus e Onicamp. A categoria reivindica o pagamento de salários e benefícios atrasados.
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Campinas e Região, o movimento foi motivado pelo não pagamento do adiantamento salarial (vale), que deveria ter sido depositado no dia 22. Leia a nota na íntegra abaixo.
O sindicato disse, ainda, que os atrasos ocorrem há mais de três meses, o que gerou “prejuízos significativos para aqueles que prestam seus serviços da melhor maneira possível, os quais enfrentam dificuldades para honrar suas contas”.
A paralisação durou cerca de duas horas. Segundo a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), responsável pelo trânsito na metrópole, a previsão era de que o serviço fosse normalizado a partir das 8h30.
Operação emergencial
Para reduzir os impactos à população, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), responsável pelo trânsito na metrópole, acionou um plano que reforça o transporte em emergências.
Veículos do transporte alternativo, operados por cooperativas, foram enviados para os eixos Amoreiras, Ouro Verde e Campo Belo. As linhas do serviço “Corujão”, que circulam durante a madrugada, tiveram o horário ampliado.
Foram direcionados 28 veículos de outras cooperativas, priorizando eixos com hospitais e linhas de alta demanda.
Segundo a Emdec, agentes acompanharam desde cedo a movimentação nas garagens e nos principais terminais, todos afetados pela paralisação. O atendimento foi parcialmente mantido nos terminais Itajaí, Campo Grande e Satélite Íris.
"A Emdec acompanha os desdobramentos junto às empresas operadoras e lamenta que o movimento tenha reflexos e prejuízos aos usuários do sistema de transporte público, que é um serviço essencial", disse, em nota.
A empresa também informou que formalizou um pedido de liminar junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) solicitando manutenção de 100% da frota do transporte e aplicação de multa de R$ 50 mil por dia ao sindicato.
“Na hipótese de indeferimento, solicita a operação de ao menos 70% da frota nos horários de pico (5h às 8h / 16h às 19h) e 50% nos demais horários. A empresa aguarda despacho do desembargador designado”, detalhou a Emdec.
Passageiros aguardam ônibus em meio à paralisação de motoristas em Campinas
Johnny Inselsperger/EPTV
O que diz o sindicato
“Informamos que, há mais de três meses, as empresas têm atrasado o pagamento e os benefícios dos trabalhadores. Essa situação tem gerado prejuízos significativos para aqueles que prestam seus serviços da melhor maneira possível, os quais enfrentam dificuldades para honrar suas contas em decorrência dos atrasos, resultando em juros e complicações financeiras com seus credores.
Diante deste cenário, protocolamos um ofício junto à EMDEC, à Secretaria de Transporte e às empresas envolvidas, solicitando que, em conjunto, realizem esforços para evitar novos atrasos nos pagamentos. A situação se tornou insustentável, e a categoria não pode suportar mais essa realidade.
De acordo com a convenção de trabalho, o salário deve ser pago até o quinto dia útil e o adiantamento (vale) deve ser efetivado 15 dias após o pagamento. No entanto, o pagamento do vale, que deveria ocorrer no dia 22/10, não foi realizado pela empresa. Como resultado disso, os trabalhadores, exercendo seu direito legítimo, decidiram realizar uma paralisação no dia 23/10 para que seus pagamentos sejam realizados.
Pedimos desculpas à população por qualquer inconveniente que essa ação possa causar, mas esperamos que todos compreendam a importância de nossa reivindicação. A situação atual é insustentável, e a necessidade de regularização dos pagamentos é urgente.
Agradecemos pela compreensão de todos.”
O que diz a Emdec
“Para minimizar os impactos aos usuários da paralisação de motoristas registrada nas primeiras partidas desta quinta-feira, 23 de outubro, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) adotou a Operação PAESE (Plano de Apoio entre Empresas de Transporte frente às Situações de Emergência).
A paralisação, justificada por questões salariais, teve início por volta de 4h, com previsão de duração de duas horas. Aderiram ao movimento motoristas das empresas concessionárias VB1, VB3, Campibus e Onicamp.
Veículos do sistema de transporte alternativo, operados pelas cooperativas, foram direcionados para atender aos eixos Amoreiras, Ouro Verde e Campo Belo. Além disso, o horário de funcionamento das linhas do serviço “Corujão”, que circulam durante a madrugada, foi estendido.
Agentes da Mobilidade Urbana da Emdec, que atuam na fiscalização do transporte, acompanham a movimentação nas garagens, desde a madrugada.
Também monitoram a demanda de passageiros nos principais terminais urbanos – todos foram afetados. O atendimento foi mantido parcialmente nos terminais Itajaí, Campo Grande e Satélite Íris.
A Emdec acompanha os desdobramentos junto às empresas operadoras e lamenta que o movimento tenha reflexos e prejuízos aos usuários do sistema de transporte público, que é um serviço essencial.
E, como medida preventiva para evitar novas paralisações e mais impactos aos usuários, a Emdec já prepara ação com pedido de liminar, para garantir a prestação dos serviços para a população com frota total ou mínima e aplicação de multa em caso de descumprimento.”
O que diz o SetCamp
“O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp) lamenta a paralisação parcial realizada pelo Sindicato dos Rodoviários de Campinas e Região pois as concessionárias informaram que enfrentam dificuldades financeiras decorrentes da evasão de receita causada pelo BRT e da perda de passageiros para aplicativos e mototáxis clandestinos, que atuam livremente em Campinas. As empresas colocaram comunicados nas garagens para avisar que o vale seria creditado até amanhã, o que ainda está no prazo. Infelizmente, os rodoviários também não compreenderam que a paralisação traz prejuízos à população e dificulta ainda mais a situação das operadoras pois impacta diretamente na receita da qual sai o pagamento dos funcionários. Algumas empresas conseguiram soltar as frotas no horário normal e as demais só conseguiram colocar os veículos nas ruas a partir das 5h45.”
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