Polo de inovação em Barão Geraldo: o que prevê o projeto em fase final de tramitação na Câmara de Campinas
22/10/2025
(Foto: Reprodução) Reunião do PIDS com moradores de Barão Geraldo, em Campinas, em março de 2023
Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas
A Câmara de Campinas (SP) analisa e vota na noite desta quarta-feira (22), em definitivo, o projeto de lei que cria o Polo de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável (PIDS), no distrito de Barão Geraldo.
Já aprovada em primeira votação, a proposta prevê transformar uma área de aproximadamente 17 milhões de m² em um “espaço de desenvolvimento tecnológico, de pesquisa, inovação e sustentabilidade”.
O plano é transformar parte da área de Zona de Atividade Econômica (ZAE) em Zona Mista (ZM), permitindo que atividades comerciais aconteçam ao lado de residências, “a partir de um modelo desenvolvimento sustentável”, segundo a Prefeitura.
O g1 resumiu, abaixo, os principais pontos para entender o projeto com base no texto elaborado pelo Executivo. Clique para ler:
Onde fica a área incluída no projeto
Quais usos do solo serão permitidos
Qual é o limite de altura dos prédios
Qual é a densidade máxima de moradias
Planos de habitação social
Quais são as exigências ambientais e de drenagem
Como será organizada a mobilidade e a infraestrutura
Que incentivos são oferecidos a projetos inovadores
Quem fará a gestão e o controle
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Onde fica a área incluída no projeto
O projeto abrange duas áreas:
a área prioritária, que recebe maior densidade urbana e centralidade; e
a área de ampliação, voltada a “projetos inovadores” e expansão de atividades econômicas.
O novo zoneamento inclui o polo de alta tecnologia, a zona de expansão e os campi da Unicamp e da PUC-Campinas. Também engloba o HUB Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS) da Unicamp, com mais de 11 milhões de m², incluindo a Fazenda Argentina.
Perímetro do Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável (PIDS) de Barão Geraldo
Prefeitura de Campinas
Quais usos do solo serão permitidos
Zona de Centralidade (ZC-PADS): uso misto, com habitação multifamiliar vertical, comércio, serviços, atividades institucionais e indústrias de baixa a média incomodidade.
Zona de Atividade Econômica (ZAE-PADS): atividades estratégicas de inovação, pesquisa, tecnologia, desenvolvimento econômico e serviços de apoio, sem uso residencial.
Qual é o limite de altura dos prédios
Área prioritária: até 23 metros.
Área de ampliação: até 14 metros, salvo torres de testes e equipamentos tecnológicos.
Há ainda restrições para terrenos próximos à vegetação nativa, para proteger microclima e sombra.
Qual é a densidade máxima de moradias
Área prioritária: até 500 unidades habitacionais por hectare.
Área de ampliação: normalmente 220 unidades/hectare, mas projetos considerados inovadores podem chegar a 500 unidades/hectare se incluírem habitação de interesse social.
Planos de habitação social
O projeto da Prefeitura incentiva moradia vertical de interesse social (HIS) e prevê a criação de um Programa de Locação Social, para facilitar acesso à habitação dentro da zona de centralidade.
Esse programa terá como público-alvo estudantes e trabalhadores de baixa renda da região, e deverá ser criado por lei específica no prazo de 360 dias.
Apesar de incentivar a habitação popular, o projeto impede alguns tipos de moradias de baixa renda, como o Empreendimento Habitacional de Interesse Social (EHIS-COHAB) e o Empreendimento Habitacional de Mercado Popular (EHMP-COHAB).
Quais são as exigências ambientais e de drenagem
Áreas verdes: preservação e renaturalização do Ribeirão Anhumas e recomposição de fragmentos de vegetação nativa.
Permeabilidade: no mínimo 20% da área do lote deve permitir infiltração da água.
Drenagem sustentável: uso de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) para reduzir impermeabilização e armazenar excesso de água naturalmente.
Espaço público: no mínimo 20% do lote deve ser destinado a áreas acessíveis ao público.
Como será organizada a mobilidade e a infraestrutura
Pedestres e ciclistas têm prioridade.
Quadras maiores que 130 m devem ter passagens internas a cada 130 m.
Vias arteriais e coletoras: calçadas de 5 m e 4 m, respectivamente; vias locais com 14 m de largura.
Infraestrutura subterrânea: toda a rede de água, esgoto, energia e telecomunicações deve ser subterrânea e compartilhada.
Que incentivos são oferecidos a projetos inovadores
Empreendimentos que adotem soluções ecológicas - como energia limpa e drenagem natural - terão descontos na outorga onerosa, ou seja, na taxa paga para construir mais do que o permitido originalmente.
Loteamentos inovadores devem destinar 30% da área a espaços público e garantir conectividade com a internet.
Quem fará a gestão e o controle
Um Comitê de Análise formado por representantes das secretarias municipais. Ele define critérios para projetos inovadores, aprova novas construções, acompanha indicadores de desempenho e supervisiona a aplicação da lei.
Além disso, obras maiores ou que impactem o entorno exigem Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). Para obra nova e regularização no raio de 1 km do CNPEM deverá ser obrigatoriamente apresentado EIV/RIV, independentemente da área construída.
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