Unicamp 2026: sem 'decoreba' ou pegadinhas, 1ª fase deve abordar atualidade e exigir senso crítico
02/10/2025
(Foto: Reprodução) Estudantes realizam a segunda fase do vestibular da Unicamp
Pedro Amatuzzi/g1
A primeira fase do Vestibular da Unicamp 2026 acontece no dia 26 de outubro. Conhecida por sua linguagem cotidiana, a prova desse ano deve manter seu formato já conhecido: será atual e exigirá senso crítico dos candidatos, sem o famoso 'decoreba' ou pegadinhas.
Para Wander Azanha, professor e diretor do cursinho pré-vestibular Oficina do Estudante, para se dar bem na prova o aluno deverá estar atento ao que acontece no mundo. “A Unicamp tem se pautado por fazer provas bem escritas, dificilmente terá alguma pegadinha, erros e afins”.
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“O aluno não consegue passar na Unicamp, não consegue tirar uma boa nota, se apenas decorar o que está nas apostilas, nas aulas. Ele vai ter que ser leitor e estar ligado com aquilo que acontece no dia a dia, os temas atuais. Eu acho que o candidato tem que assistir jornal, ler o que está acontecendo, se inteirar do que o mundo conversa hoje em dia. Isso é o estilo da Unicamp”, explica.
Para entender o que mais os alunos precisam considerar na reta final de preparação, o g1 conversou com a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) e com professores do curso pré-vestibular Oficina do Estudante. Veja abaixo.
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O que esperar da prova
De acordo com José Alves, diretor da Comvest, os vestibulandos podem esperar características semelhantes a dos anos anteriores, ou seja, uma prova:
contextualizada;
com conhecimentos básicos do ensino médio;
que discute assuntos relacionados à aplicação da ciência no cotidiano;
com grandes temas do mundo contemporâneo;
com questões de sustentabilidade.
Além disso, o diretor reforça que, mais do que uma disputa entre os 61,7 mil inscritos, as provas são um embate do candidato com ele mesmo. “Eu considero que o vestibular não é uma disputa sua contra todos os outros candidatos e, sim, uma disputa sua com você mesmo em relação aos seus rendimentos, seus índices”, diz Freitas Neto
“É igual em esportes olímpicos de alta performance, em que os atletas e as atletas não dependem apenas do índice da outra pessoa, mas dependem de si mesmo. E isso é algo importante que as pessoas têm que considerar num processo de disputa como o vestibular”, aponta o diretor.
Interpretação de textos, gráficos e diferentes linguagens
Para Antunes Rafael, diretor pedagógico do Oficina do Estudante, além do domínio de conteúdos do ensino médio, a prova da Unicamp exige dos candidatos uma capacidade de articular saberes de forma crítica.
“Na primeira fase, composta por questões objetivas, são avaliados conhecimentos de língua portuguesa, literatura, matemática, ciências da natureza (biologia, física e química), ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia) e inglês, sempre de modo a valorizar a interpretação de textos, gráficos e diferentes linguagens”, explica.
Interdisciplinaridade
Antunes e Wander lembram que outra características do vestibular da Unicamp é a ênfase na interdisciplinaridade. O que pode ser percebido em questões que unem diferentes áreas do conhecimento no intuito, por exemplo, de analisar fenômenos ou resolver problemas.
“Os candidatos devem estar preparados para enfrentar situações em que conhecimentos de Biologia dialogam com geografia, ou em que matemática e física se complementam para a resolução de situações e problema. Além disso, os enunciados frequentemente exploram temas atuais e contextos sociais, culturais ou científicos, o que demanda não só conhecimento teórico, mas também leitura crítica de mundo”, afirma Rafael.
“A Unicamp adora cruzar disciplinas numa mesma questão. De repente, coloca biologia com química, geografia com história, geografia com temas ambientais. A Unicamp gosta de fazer isso”, indica Azanha.
Senso crítico
Outra dica para ir bem na primeira fase do vestibular da Unicamp, segundo Antunes, é aliar o conteúdo escolar ao conhecimento de temas contemporâneos e ao senso crítico.
“O vestibular da Unicamp demanda dos estudantes sólida formação nos conteúdos escolares, aliada à habilidade de interpretar, integrar e relacionar informações, demonstrando autonomia intelectual e capacidade reflexiva”, completa o diretor pedagógico.
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